Maria de Lourdes Matencio (PUC - Minas)



Possui graduação em Letras - Licenciatura e Bacharelado - pela Universidade Estadual de Campinas (1989), mestrado em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e doutorado em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (1999). O pós-doutorado foi realizado no Laboratoire LIDILEM, da Université Stendhal, Grenoble III - França. Atualmente, além de professora (adjunto III) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, participa do Colegiado de Coordenação Didática do Curso de Graduação em Letras da Unidade Coração Eucarístico. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Aplicada, atuando na pesquisa, ensino e extensão, principalmente nos seguintes campos de estudo: Formação do professor, Processos de Letramento, Funcionamento dos gêneros discursivos, Processos de Textualização e Reextualização, Desenvolvimento e difusão da perspectiva interacionista.
Resumo:
IMAGENS DO PROFESSOR: AGIR E REPRESENTAÇÕES

Maria de Lourdes Meirelles Matencio (PUC Minas/CNPq)


Nos últimos anos, os trabalhos em Lingüística Aplicada certamente ultrapassaram a reflexão centrada ora nos conteúdos de ensino, ora nos comportamentos do aluno, ora nas ações do professor. Parece-nos de interesse, por isso mesmo, refletir sobre os avanços teórico-metodológicos promovidos na área, seja por estudos que focalizam a interação professor/aluno e seus efeitos – em relação ao que manifesta dos saberes priorizados pelo professor, ou no que respeita aos indícios que fornecem acerca do processo de aprendizagem pelo aluno –, seja por aqueles que se servem de instrumentos que trazem à luz as redes de atividades em jogo no decurso da formação do professor.
Nesta exposição, pretendemos tanto refletir sobre as redes de atividades envolvidas na formação de professores quanto sobre as formas de apreensão do trabalho docente – planificado, realizado e representado. Nosso objetivo é, além de focalizar os potenciais efeitos formativos das escolhas que fazemos na formação do professor, discutir o que nos dizem sobre a construção de saberes pelos sujeitos e sobre a circulação de determinadas representações do trabalho docente. Assumimos, a esse respeito, que uma formação desenvolvida à luz de determinados gêneros de discurso e vinculada à reflexão sobre as redes de atividades implicadas em sua atuação envolve procedimentos que favorecem a aprendizagem, na medida em que permite que se convoquem modelos – referenciais, textuais, contextuais, discursivos – a partir dos quais o professor em formação pode, por um lado, sustentar a planificação de sua ação de linguagem, na leitura, na escrita e na análise de textos/discursos, e, por outro, significar sua ação de linguagem em relação à dos demais partícipes das situações de formação e de atuação profissional, confrontando, dialeticamente, posições inter e intra-subjetivas.